quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Trecho - Medo e Delírio em Las Vegas - Hunter S. Thompson

“Meia noite de sábado... As lembranças dessa noite são extremamente confusas. Tudo o que tenho para me orientar é um bolso cheio de cartões e guardanapos cobertos de anotações. Uma delas: ‘Falar com o cara da Ford, exigir uma Bronco para fins de observação da corrida... fotos?... Lacerda/telefonar... e por que não um helicóptero?... Pegar o telefone, pressionar os filhos da puta...gritariam insana’.

Outra: ‘Placa na Paradise Boulevard – “Sem Para & Sem Sutiã”...comparado com Los Angeles, sexo de segunda linha; aqui, branquelos – em Los Angeles, gente pelada trepando em público... Las Vegas é uma sociedade de masturbadores armados/aqui o que excita é o jogo/o sexo só um bônus/uma demência adicional para os grandes apostadores... putas de luxo para os ganhadores, punhetinhas para o pessoal sem sorte’”

Trecho retirado do sexto parágrafo da primeira parte do livro “Medo e Delírio em Las Vegas” de Hunter S. Thompson.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

"Corrupção faz parte do brasileiro, como café, Pelé, bunda..." (Deputado Honesto, por Marcelo Adnet)

Sorriso de político vira lixo

Em época que precede eleição o que mais se vê são “santinhos”, banners por todo o Eixão e interrupções nas programações de rádio e TV para esses políticos derrotados falarem.

Alguém aqui gosta de poluição? Alguém aqui defende o desperdício? Político é tudo contraditório. Será mesmo que eles não têm a mínima noção de que o dinheiro gasto com “santinhos” vai virar lixo? Você gosta de chegar ao seu carro e perceber a cara da Mariazinha dos Taxistas grudada no seu vidro? E o que dizer daquele sorriso sincero, ou não, da honesta Rebeca Gusmão ao lado de Agnelo? Quais manipulações fizeram com a coitada da Dilma? Virou um robô, coitada! Virou craque em discursos que não dizem nada. Esqueci-me da palavra que denomina isso.

Alguém realmente guarda “santinhos” de político? Eu faço questão de pegar e jogar no chão e não no lixo. Olha o que eles fazem, pô! Árvores abaixo, tintas, energia elétrica, tudo isso é usado pra depois ser fixado ao vidro de algum carro e que eu tenho certeza que ninguém irá guardar. Poluição da porra que esses caras causam. É poluição sonora, por conta dos comícios, carros de som e horário eleitoral gratuito. Que já é um absurdo. Tem visual também com o Eixão completamente transformado num mural. Do solo com as merdas desses “santinhos” jogados nas ruas.

Político é uma racinha tão miserável que pode ser comparada com um texto ruim como esse. Sei nem se vou conseguir votar, tamanha indignação com a postura desses animadores de palhaços.

Dinho

24/08/2010 - 11h13

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O Velho de roxo

Retorno aqui indignado com o fato desse blog de merda ter apagado um dos textos que eu mais gostei de escrever, mas que devido ao que aconteceu, não sei se ficará a mesma coisa!

Tentando retomar o assunto:

Na semana “Fora do Tempo”, que cerca o dia 25 de julho, fui à Chapada, Alto Paraíso, Vila de São Jorge. Pois bem, um lugar maravilhoso, cercado de natureza, ao ponto da cidade não ter nem asfalto nas ruas e banhada de inúmeras cachoeiras belíssimas.

Visitei a região durante um festival de cultura regional e também de cultura indígena. O que me deixou extasiado por aqueles grupos constituídos basicamente de viola, pandeiro, sanfona, às vezes um tambor e velhas cantoras desafinadas. O festival foi tão fantástico que cheguei ao ponto de, numa rua escura, de terra batida, eu e Vinicius avistarmos a silhueta de um velho negro vestido num terno roxo, pasmem, ROXO, camisa de botão bem vermelha, chapéu roxo também, colocado de lado na cabeça e até uma bengalinha charmosa. Toda essa vestimenta devia estar encaixotada a milhares de anos e usada somente em ocasiões especiais ao ponto de sacanear com a cabeça de dois garotos ripongando (sic). Cruzamos com o tal velho, que posteriormente iríamos encontrar em uma roda de música, que parecia ser algo como coco ou xaxado, dançando, cantando, sorrindo, quase pulando! A partir daquele momento aquele velho negro formou outra imagem da sua pessoa.

Retomando ao assunto que iria iniciar no parágrafo passado e que acabei desvirtuando para o tal velho. Iria falar sobre quando assistia a apresentação de um grupo e comecei a analisar sua música. Aquela música constituída novamente de uma viola, pandeiro marcando, sanfona e as tais cantoras berrantes desafinadas. Essa gente mora em meio à natureza, cresceu olhando a natureza, entendendo respeitando essa natureza. Pois bem, como as coisas na natureza acontecem? Em passos lentos. Uma reação pra acontecer dentro de uma folha demanda tempo. O vento regelado que começa a soprar, transformar-se-á, com o tempo, em chuvas. Essa mesma chuva irá fazer a flor do cerrado desabrochar. Tudo na natureza acontece em passos lentos. Você reconhece essas transformações, mesmo elas acontecendo bem lentamente, no seu tempo.

Será que a música dessa gente que mora na natureza sofre impacto da mesma? A natureza interfere na música dessa gente?

Ouvindo uma das músicas do grupo, percebi que se constituía basicamente da viola tocando uma só frase, o pandeiro marcando a mesma batida circular, a sanfona sempre na mesma onda e as cantoras berrando desafinadamente a mesma frase também. Depois de vários minutos repetindo isso, eles começam, falando na linguagem musical, a passar a música para forte, até atingirem o fortíssimo. Depois vão diminuindo até atingirem piano e depois pianíssimo. Essa intensidade foi feita com tanta cautela e delicadeza que você leva um tempo pra perceber. Seu cérebro é dominado por aquilo e só quando passa de fortíssimo para só depois voltar ao piano é que a pessoa se toca da mudança que aconteceu. Na natureza é a mesma coisa. Não percebemos o processo de transformação, mas sim a transformação.

O mesmo impacto que vejo nas coisas da natureza eu vi acontecer naquela música. Será que o ambiente em que uma música é feita interfere tanto assim na forma como ela é feita?

Valeu, blog de merda! Deletou meu texto gigantesco!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Paz, Amor & Rock N' Roll

A falta do que fazer é impressionante! As pessoas se ocupam ociosamente para buscar algum conhecimento, mesmo que fútil.

Na tentativa de produzirmos caçamos Elton John, sem necessariamente afiliar-se à sua sexualidade, Led Zeppelin, necessariamente sendo afetado pelo bumbo de John Bonham. A psicodelia dos The Who te abate mesmo em condições completamente sóbrias, matinais, ressaquentas e toda e qualquer situação. Ir nessa busca de se igualar a um ídolo, ainda mais lendário como tantos são, pode ser uma tentativa de ser humano, ou querer ser Deus como eles foram.

Assistindo “Almoust Famous”, lembrei-me do espírito libertário dos hippies setentistas ao largar suas casas durante discussões sobre não poder ouvir rock n’ roll, fumar, namorar... Já cheguei a escrever sobre isso e volto a me perguntar o porquê de um jovem com tanta liberdade, deixar de lutar por ideais.

O que faço hoje é exatamente o que mais me amedrontou durante a vida. Perder o brilho do Sol para ficar dentro de um cubículo em frente a uma maquina fazendo merda alguma. Por que não sair às ruas, não ter rotina e ser sempre novo? Hoje o contentamento é pouco. As vontades são simples.

Lembra de 1969? Você se lembra? Eu me lembro! Mesmo tendo 20 medíocres e amados anos de vida. Jovens saíram de casa para ir a um tal festival simples, com umas bandas legais. Resultado de quinhentas mil pessoas largando seus carros pelas estradas, pois os engarrafamentos atingiam quilômetros. Esse ano tem um outro tal festival querendo resgatar esse espírito de Paz, Amor e Rock N’ Roll. Mas essas tentativas são sempre frustradas. Nunca será como foi! Espero que dê certo, de verdade!

Nossas vidas poderiam ser como Free Bird, quando Lynyrd Skynyrd começa manso e quando menos se espera, solos alucinados de guitarra vão te conduzindo fervorosamente! É sempre bom quando um dia se desenvolve assim, ao contrário dos inúmeros dias trancado nesse cubículo, sem ver o Sol. Mas ouvindo música de graça. Não da mesma forma como Lester Bangs conseguia, ganhando álbuns das gravadoras. Não desse jeito, ainda.